terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Eu sei o que fizeram sábado passado

Sábado, dia 06 de dezembro de 2008, aconteceu mais uma reunião do clube mais famoso da cidade, o Clube do Conto da Paraíba. Não sei se vou me lembrar de todos os participantes de sábado, mas vou tentar. André Ricardo Aguiar, Geraldo Maciel Barreto, Quézia, Valéria, Alfredo, Raquel, Ramon, Dôra. Se eu tiver esquecido algum nome, por favor, me corrijam. Tivemos também a presença de Adriano Macedo, escritor que mora em Belo Horizonte, que veio nos visitar e nos presentear com seu livro “Retrato da Dama”. Aliás, o livro é muito bonito em sua apresentação gráfica.

“Cuidado” foi o tema da semana que passou. Alguns contistas leram seus textos, uns dentro do tema, outros fora do tema. Barreto leu um capítulo de seu rrromance. Não levei conto novo para ser lido, mas li um dos que estão no meu livro O Beijo de Deus, só para não passar em branco.A semana se configura cheia de novidades.

Hoje, 3ª. Feira, é o relançamento de um livro de José Leite Guerra. Agora mesmo, João Batista B de Britto, que deixou de ser contista, deve estar recebendo um troféu-homenagem do Fest Aruanda. Aliás, bem merecida homenagem. Na próxima 6ª. Feira tem início o Bazar de Natal nas proximidades da Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Miramar, onde haverá duas tendas à disposição do Clube do Conto, para que as pessoas possam expor e vender seus livros, apresentar leituras e performances de seus contos. Nessas tendas haverá espaço para outras manifestações de arte, tais como artesanatos e outros produtos. Pode-se cantar, declamar, dançar, enfim. O Bazar de Natal acontecerá durante três dias, de 6ª a domingo. De modo que no próximo sábado não haverá a reunião de rotina, porque estaremos no citado Bazar. No sábado seguinte ao Bazar, estaremos encerrando nosso ano contístico com uma confraternização na casa de Ronaldo Monte, o Irascível, em Cabedelo.

Mas a sensação maior da semana será a entrega dos prêmios a Barreto e Márcia Maia, em Recife, na próxima sexta feira. Alguém sugeriu alugarmos uma van e irmos todos para prestigiar o companheiro e a companheira. Mas as atividades do Bazar nos impediram de colocar a proposta para diante. Ficam aqui registradas nossa admiração, nossa amizade à poeta Márcia e ao romancista Barreto e nossos parabéns pelos talentos dos dois.

E por falar em Ronaldo Monte o Irascível, alguns membros do Clube do Conto estão ficando conhecidos por seus cognomes. Assim, temos André Ricardo, o Grande; André Ricardo, o Pequeno; Barreto, o Edward G. Robinson. Até Ramon Limeira, meu primo, tão novo na idade e no Clube, já tem um cognome: Ramon, o Preciosista. Obrigada, Ramon, por ter me corrigido em seu comentário. Aliás, Ramon tem se destacado pela participação e assiduidade, sempre trazendo um conto novo. Bravo, primo.

A reunião terminou com despedidas e com a certeza de que só em fevereiro de 2009 é que teremos novamente o espaço do Sesi para nos reunir. Mas nada impede que as reuniões aconteçam no quiosque em frente ao SESI, creio que a partir da 2ª semana de janeiro. Obrigada, Laudelino, por ter lembrado sobre nosso recesso. O tumulto das despedidas não me deixou brecha para perceber que o próximo tema será O Visitante, proposto por nosso visitante, contista Adriano Macedo. Obrigada, Quézia, por me corrigir.

Encerro por aqui, que não sou de escrever texto mais longo do que isso.

Abraços em todas e todos.

Assino-me e dou fé.

Dôra Limeira.

domingo, 16 de novembro de 2008

Relações amargas debaixo do céu que nos protege

Ontem, sábado, dia 15 de novembro de 2008, foi feriado nacional. Por causa disso, a biblioteca do SESI esteve fechada e fizemos reunião no quiosque que fica em frente à biblioteca. estivemos presentes eu, Valéria, Késia, Simão, Mariano, André Ricardo, Barreto e aquele amigo de André que se chama também André, se não me engano.

O tema sugerido “o céu que nos protege” gerou dois contos interessantes. Ambos trataram do desgaste das relações nos casamentos prolongados, cada conto numa abordagem própria. Autoras: Késia da Mota e Dôra Limeira. Em ambos os textos, um fato esteve predominantemente presente: a mulher “encheu o saco” e foi embora sem satisfação nenhuma a dar a ninguém. Esses contos me lembraram Adoniram Barbosa cantando assim: “Inês saiu dizendo que ia comprar um pavio pro lampião. Pode me esperar, Mané, que eu já volto já. Acendi o fogão, botei água pra esquentar, e fui pro portão só pra ver Inês chegar. Anoiteceu e ela não voltou, fui pra rua feito um louco pra saber o que aconteceu. Procurei na Central, procurei no hospital e no xadrez. Andei a cidade inteira e não encontrei Inês. Voltei pra casa triste demais. O que Inês me fez não se faz. E no chão, bem perto do fogão, encontrei um papel escrito assim: pode apagar o fogo, Mané, que eu não volto mais.”

Mas, a tarde não foi somente para contar histórias de mulheres de saco cheio. Senão, vejamos: nosso amigo Simão, levou um texto fora do tema e distribuiu cópias em forma de bilhetes bem dobradinhos. Dizia Simão que o texto era um bilhete deixado na porta da geladeira por um senhor casado e estava endereçado à sua esposa. Esse senhor casado, coincidentemente, também estava de saco cheio e disse que ia embora, sem mais delongas. O texto de Simão, para ser mais autêntico, estava escrito à mão, isto é, à caneta. Estava em forma de poema: “Poema crônico”, este era o título. Eu brinquei com Simão dizendo que ele fez um texto revanche aos textos das mulheres.

O mais interessante é que cada um dos autores tinha feito seus contos em casa, sozinhos, sem combinar uns com os outros. Pelo resultado do trabalho, parece até que tinham feito em conjunto, combinando tudo. o resultado foi harmonioso, a meu ver. Uma delícia.

Além das leituras e comentários dos textos, tivemos a presença de Veruska, companheira de André Ricardo o Grande, que nos deu informes sobre o bazar de Natal a ser realizado pelos paroquianos da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Miramar. O Clube do Conto se fará presente ao bazar, com direito a duas tendas, onde podemos expor nossos produtos, livros, cds, artesanatos, folhetos, etc. Fiquei de conseguir um megafone com Nara Limeira para que nossas vozes sejam melhor escutadas ao longo do evento, pois pensamos em fazer performances, ou seja, leituras de nossos contos. Quem puder dramatizar as vozes, melhor ainda.

Ah, o tema da próxima semana: “TRAVESTI”

Sem mais a tratar, assino-me burocraticamente.

Dôra Limeira

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ok, lá vai uma ata meio vagabunda...

Reunidos no sábado passado, 25 de outubro de 2008, com as bençãos da biblioteca aberta, foram compor a mesa os digníssimos Antonio Mariano, Ronaldo Monte, Dôra Limeira (esse acento não vai cair, com a reforma ortográfica?), Valéria Rezende, Kézia, André 1 e André 2. Foram lidos os contos referentes ao tema Desabrigo, também teve distribuição de presentinho de Valéria de suas andanças por meio mundo e também alguns informes (incluindo um projeto de bazar para dezembro e que colocarei nestes dias aqui para discutirmos encontros...)
No mais, qualquer omissão na atal, descontem um pouco, que ainda estou zonzo de sono. Me parece que o tema ficou livre...me corrijam, por favor...

André Ricardo

quarta-feira, 22 de outubro de 2008


Sábado passado, dia 18 de outubro, ficamos ao desabrigo, no sereno, feito gatos vira latas enjeitados. Mas assim mesmo, não miamos desesperadamente, correndo atrás dos seios de alguma mãe ou de alguma filha da mãe. Preferimos adotar o "DESABRIGO" para ser o tema desta semana. À beira de um quiosque na praça da Paz nos reunimos eu, Ronaldo, Barreto, André Ricardo o Grande, um amigo de André Ricardo, Antônio Mariano e três meninas de quem não recordo os nomes agora. Carlos Cartaxo chegou esbaforido, retardatário. A maioria levou conto novo, saido do forno. Somente eu assumi que meu conto era velho, mexido, revirado, requentado em forno de micro ondas. Fora isso, falamos de bem e de mal de quase todo mundo que estava ausente. Tomamos água mineral, coca-cola, fanta, eu tomei água da cagepa, tomamos cafezinho, comemos amendoim torrado e também cozinhado. Dizem as más línguas que amendoim cozinhado é mil vezes mais afrodisíaco, principalmente se o sujeito der umas tapinhas em lugares estratégicos onde as casquinhas de amendoim cairem. Mas não estou falando, vejam bem. Estou só dizendo. Quero saber se alguém procurou saber a razão de terem deixado a gente ao relento, desabrigado sábado passado.
Enfim, terminei.
Beijús com tapioca.
Dôra

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ata da sessão de leitura do Clube que não houve

Aos vinte dias do mês de setembro do ano de dois mil e oito, às dezesseis horas, na sala da Indústria do Conhecimento do SESI localizada na Praça da Paz, no bairro dos Bancários, na cidade de João Pessoa, estado da Paraíba, encontrando- se lá a senhora Jadercy, responsável pela biblioteca e pela estação digital, compareceram os escritores Carlos Cartaxo e Antônio Mariano. Como o quorum era pequeno e apenas Cartaxo tinha trazido uma história curta para leitura, resolveu-se esperar por mais duas ou três vivalmas literárias, que até às dezessete horas e quinze minutos não chegaram. Discutiu-se que é cada vez mais urgente a necessidade de se ter mais audiência para as leituras; que cada um de nós poderia convocar e tentar trazer para todo encontro pelo menos dois ou três amigos; que se assim fizéssemos, mesmo quando fossem poucos os contos a serem lidos, a sessão poderia render com discussões entre os presentes; que é necessária uma curta nota semanal para a imprensa a fim de constar nas agendas dos jornais e em pequenas notícias no rádio e na tevê; que é necessário um pequeno banner afixado na parte externa do local com dizeres do tipo "sessão de leitura do Clube do Conto da Paraíba, aqui e agora. Entre!"; que faríamos contato com o gerente Marcelo Krau neste sentido; que o aviso de "fechado" que a funcionária tem colado na porta de vidro pode fazer com que muitos visitantes passem ao longe concluindo que não há ninguém ali; que o projeto do Clube do Conto é muito valioso e precisa do entusiasmo de todos nós; que fica mantido o tema do conto a partir da tela "Trigal com corvos", de Van Gogh para o próximo sábado. Nada mais tendo a ser feito ali, demos por cancelada a sessão leitura e agradecemos a colaboração da funcionária, indo os dois contumazes escritores tomar algumas cervejas numa barraquinha da Praça da Paz.

domingo, 10 de agosto de 2008

Clube do Conto - Clube do Coco

Sessão do Clube do Conto agitada, mesmo com grandes ausências. Membros em trânsito ou em compromissos inadiáveis. Por sorte, o Clube é um organismo espalhado e sempre, salvo exceções, garantiu o caráter ininterrupto dos encontros. E além do prazer desta constatação, o imprevisto gostoso de termos novos rostos nas mesas brancas da biblioteca da praça da paz. Roberta Vanessa, que visitou semanas atrás, e que está aos poucos integrando as reuniões, e agora, a curiosa e espevitada atriz e estudante de publicidade Roseane, que junto com Cartaxo, Dôra, Beto e eu, além dos queridos amigos que nos recebem na biblioteca, garantimos mais um sábado de produtividade crítica e contística. Relatos de Dôra, Beto, e Ronaldo Monte (que eu li com receio, por ser personagem do conto) fizeram a graça do encontro. Ainda tivemos espaço para comentários sobre o conto e a escolha do tema: Pressa. E para fechar o ciclo, nada de pressa ao tomar nossas águas de coco. Contista também tem sede.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Encontro com Rosa Amanda

O Clube do Conto recebeu, em seu peculiar estilo “entre e tire a sandália” a escritora e amiga Rosa Amanda Strausz (paparicada em terras nordestinas), onde fez parte dessa idéia de encontro com o autor para falar de sua obra, tecer opiniões sobre mercado editorial e falar de seu processo criativo. A biblioteca contribui com a costumeira hospitalidade, com uma boa rodada de água de coco, histórias e a famosa técnica que Ronaldo Monte trouxe sobre comportamento e unhas. Com a presença dos habituais contistas e convidados, a tarde teve o tema livre como mote. A seguir, deixo na íntegra o texto de apresentação da escritora.

APRESENTAÇÃO

Confesso que tenho certo melindre em apresentar escritores que por si só já valem uma apresentação pelo simples fato de a) marcar presença e b) a sua obra que, com cem perninhas, já andou à frente do autor encantando leitores. Além do mais, o Clube do Conto, como anti-instituição, já garantiu certos hábitos, a saber, o de uma improvisada e deliciosa anarquia em que histórias e leitores falam o que quiserem, às vezes, entrelaçadamente. É esta prática que me deixa menos cauteloso para apresentar a presente convidada, a escritora Rosa Amanda Strausz a mais um de nossos encontros com o autor, para uma tarde de conversa fiada que bem pode seguir o fio de Ariadne ou deixar que o labirinto do momento tome conta da ocasião.
E por falar em Clube do Conto, e sendo a autora uma exímia contista, além de ter passeado com desenvoltura na literatura infantil e até na biografia, nada melhor que exemplificar com esse valor de troca (no caso do conto curto, moedinha da sorte) e passar adiante. Talvez assim clareie e nos dê motivos suficiente para novas indagações sobre o ato de escrever, ou, o que quer que a imagem suscite, abrir janelas de par em par ou portais para mundos paralelos.
Por exemplo, o conto Água, do livro Mínimo Múltiplo Comum:

Enchia a parte superior do filtro de barro e ficava escutando o gotejar. Sempre se emocionava com o modo simples como se destila a água que encharca um jarro, feito de terra para sempre estéril.

Aqui, o leitor se depara com um processo, uma finalidade, um desafio à adversidade. Posso imaginar que o conto também fale da busca por uma expressão mais refinada, porque não? Para tanto, o material é simples, mas exige um esforço, uma técnica até rudimentar, mas o resultado final “encharca” a “terra para sempre estéril”: mata-nos a sede.
É a rotina de Sísifo do escritor, esse gotejar que se escuta, ora com nervos à flor da pele, ora com delícia. É a outra vida nossa, que comporta asas. Assim está no conto Rotina, do mesmo livro:

Venceu dragões e gritou que seleção natural é o cacete. Passeou em labirintos, foi coroado, abdicou no dia seguinte, ergueu catedrais, compôs hinos, descobriu vacinas, doou fortunas, inventou a cera que não derrete, voou até o sol, apertou o botão vermelho, riu da explosão, xingou o papa, beijou a Moira, foi pra casa, tomou banho e correu para bater o cartão de ponto.

Aqui nesta peça não é o tema da vida que poderia ter sido e não foi, mas a vida que acumula, com perdas e ganhos, as duas realidades do escritor, e a fatura disso é o embate que produz, com baixas ou condecorações, o resultado da partida vida x imaginação. Uma rotina que abarque o cartão de ponto e a folga lírica, a jaula e o seu arrombamento, o silêncio e o grito.
Rosa Amanda Strausz, que convive de perto, no eixo ou fora dele, é um exemplo que ela mesma cita e também mistura: pode trabalhar como cigarra, pode cantar como formiga. Afinal, em literatura e na própria vida, a fábula admite também o seu contrário.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Clube do Conto na Biblioteca


Ata de sábado – dia 14 de junho
Participantes: Barreto, Valéria, Mariano, André, Beto, Dora, Jadercy e esposo, Flavia.


O tempo chuvoso não impediu a reunião do clube do conto em nova sede, a Biblioteca da Praça da Paz. Entre livros, agora as histórias do clube e mais os bônus, suas fofocas, anedotas, maledicências de cunho biográfico e ficcional, tudo está num só pacote, e que pacote! . Com estrutura mais digna, talvez a melhor até hoje alcançada pelo grupo, o Clube do Conto ganhou reformas, como o novo horário – 16h às 18h – e acomodações – mesas e cadeiras de um conforto ímpar. Como a chuva possivelmente impediu uma maior presença de mais integrantes, tivemos uma sessão inicial rápida nas leituras, com poucos contos, mas não menos agitada.
Além da disposição e hospitalidade dos funcionários da biblioteca, foram servidos cafezinhos e tivemos pautas para futuras parcerias envolvendo a disseminação da leitura entre estudantes e interessados. Eu sugeri uma possível peça para fantoches (o tal teatrinho, visto que bonecos não faltam). E livros também foram doados, além do nobre propósito de todo convidado também colaborar com suas obras.
Para esta semana, esta prevista a visita de mais uma escritora para o clube do conto, Rosa Amanda Strausz, do Rio de Janeiro.
No mais é isso. Biblioteca e clube parecem estar combinados em seus propósitos. Brindemos com histórias!

sábado, 14 de junho de 2008

A Fauna do Clube do Conto

ATA DA REUNIÃO DE 07 DE JUNHO DE 2008, NA ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DOS BANCÁRIOS.

Copiei esta ata que estava escondida nos rascunhos do blogue. Dizem que havia também uma foto, mas não consegui ver, muito menos copiar e colar. Me perdoe o autor da ata por eu não saber quem foi que escreveu. Quem quer que tenha escrito, obrigada e parabéns.



"contistas se apóiam em outros para uma leitura mais proveitosa"

"Compareceram sábado último: Valéria, Joana, Dora, Mariano, Laudelino, Ronaldo, Barreto, Cláudio, André, Beto Menezes.

O Clube do Conto é uma graça. E imprevisível. Sábado que não tem nada. Outros, que tem até demais. Dá ingrediente para conto ou não. Pode não dar em nada. Mas acontece. A turma da maldade também tem boas intenções. Tem psicanalista doido? Tem. Físico não-linear? Tem. Ex-freira com a língua solta? Tem. E mais: Joana, a louca, Mariano, o oculto, Cláudio, o irreverente, Laudelino, o itinerante, Dôra, a que adentra com voz roufenha, Barreto, o que chega-e-apronta.

Neste sábado tratamos de muita coisa, de biblioteca à merda. O tema livre se mostrou amarrado. E discutimos a quase mudança de horário, modificando violentamente a rotina dos amantes das farras do álcool e outros estupefacientes. A fauna do clube ainda não foi registrada pelas lentes de nenhuma profissional da National Geograph, mas um registro amador captura com felicidade o instante em que contistas se apóiam em outros para uma leitura mais proveitosa."

O autor desta ata foi André.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Novo local e horário

CONTISTAS DO MEU BRASIL

Como era esperado, foram mudados o local e o horário das reuniões do Clube do Conto da Paraiba. Assim, a partir de amanhã, sábado, dia 14, devemos nos reunir na Biblioteca Digital SESI/PMJP na Praça da Paz, Conjunto dos Bancários.

Para quem não sabe, a biblioteca é uma edificação meio redonda e afunilada, espécie de torre que fica mais ou menos no meio da Praça da Paz. Enquanto estivermos reunidos, ficarão no recinto duas funcionárias do SESI à nossa disposição.

Horário: das 16 às 18 horas, nem antes nem depois. Lembrando que os contistas podem fazer doações de seus livros à biblioteca. Eu mesma levarei os meus dois livros de contos para doar. Mas isso vale apenas para os que quiserem e puderem.

Precisamos divulgar o Clube do Conto, convidar pessoas, incrementar novas idéias. Sugiro que Mariano ponha pra frente aquele projeto de convidar um contista de fora uma vez por mês para troca de experiências. O projeto é bom, não deixemos que divergências temporárias abortem essa idéia.

Tomara que tudo dê certo no novo espaço e no novo horário, aguardemos.

Até amanhã.

Dôra

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Os contdores circulares






Na cidade de Pândegas vivem os contadores de histórias. Vieram em caravanas e se instalaram de forma desordenada. Construíram cada parte da cidade de uma forma muito peculiar: no meio de conversas, contando histórias sobre a origem de cada recanto, como se o chão em que pisavam cobrisse uma cidade anterior. E assim, Pândegas, mesmo feita às pressas, ganhou a cor histórica, aceitando nos seus anais tanto reinados sanguinários quando períodos de paz.

Pândegas, séculos depois, passou a exportar histórias. Mesmo que cada habitante, do prefeito ao limpador de chaminés, sofressem do chamado bloqueio durante um tempo, chegava alguém com algum fato tão interessante que imediatamente a história ficava registrada na excelente memória dos pândegos. O comércio incluía não só contadores de histórias, mas revisores para que as histórias fossem impressas em rolos e pergaminhos, acomodadas no imenso galpão e posteriormente exportadas. Foram também contratados tradutores, adaptadores, roteiristas, críticos e organizadores de antologias.

Pândegas também ficou conhecida pelos seus piratas de terra firme, que atravessavam grandes distâncias e, disfarçados de mercadores ou meros turistas, recolhiam as histórias de outras cidades, dos portos e das docas, e com a carga guardada na memória (todo pândego tem uma memória avassaladora) faziam o percurso original e depositavam nos ouvidos dos escribas tudo o que foi recolhido.

O problema, conhecido apenas pelos mais temerosos da crise financeira, arruinando o comércio dessas histórias, é que os piratas não achavam exatamente cidades, mas ermos, despovoados, encostas íngremes que impediam de chegar a alguma civilização. Daí, cansados, montavam acampamento e ao redor de fogueiras, inventavam possíveis cidades com características próprias, jeito de viver, proliferação de pragas e, com muito debulhar, as histórias nascidas disso. Também não eram tão pródigos na memória, então desenvolveram uma linguagem de objetos: recolhiam na estrada ora galhos, pedras, flores, borboletas ressequidas e segundo uma disposição nos alforjes, construíam o enredo das lendas, a cor dos provérbios, a brasa do humor.

Pândegas era uma civilização terminal. Não se sabe se sofreu com o peso das histórias, mas por ter sido construída em terreno instável, dobrou-se sobre o seu epicentro e literalmente foi fechada como um livro, deixando como vestígio uma capa de poeira, escombros e cinzas.

André Ricardo Aguiar, clube do conto

terça-feira, 20 de maio de 2008

Memórias

O calor infiltrava-se nas ideias. O sol reflectia-se na terra a perder de vista e atacava os corpos indefesos pela única via que restava utilizar: o solo. A camioneta fora lenta: como uma armadilha construída para fazer sofrer.

Depois apearam-se e o calor mostrou-se traiçoeiro.

Pegaram nas mochilas, na tenda para acampar. Indagaram pelo parque de campismo. Teriam de percorrer um descampado, subir por uma rua mais protegida de sombra.

Um trilho interminável.

O casal mostrava-se de mau humor: as circunstâncias físicas eram só por si desagradáveis. Não foi, porém, apenas isto que criou tensão: um longo Inverno citadino de desentendidos tinha-se instalado entre os dois.

Daí os gestos ríspidos, por vezes precipitados. As palavras entrecortadas, inusitadas como pedras frias, sem sentimentos. Montaram a tenda, armaram nela as roupas de ocasião e os sacos cama. Beberam duas cervejas no bar do parque.

Em silêncio e sem olhares.

Poder-se-ia dizer que não eram necessárias as conversas num casal que se conhece há tanto tempo como este. Mas mentiríamos. É todo o peso do que não se conseguiu dizer o cenário para a história.

Uma pequena tragédia.

Avancemos, contudo, um pouco mais na trama deste par.

Ele: tinha a ideia da eternidade do amor. Mergulhava na agressividade dos desentendimentos com toda a impulsividade, mas sentia que nada estava em causa. Se calhar ela não pensava assim... se calhar ele deveria partilhar mais os seus pensamentos.

Ela: não compreendia a causa da agressividade do seu companheiro. Será que ele a amava? Sentia-se ferida mas convencia-se que tudo estava bem. Dizia-lhe isso, ele acreditava, mas depois nada estava bem e afogava-se em dúvidas.

Voltaram à tenda: um banho fresco e o jantar improvisado, confeccionado ao ar livre. Mais uma vez, algumas horas passadas em silêncio. Depois o regresso à cidade: desceram a rua íngreme, protegida da noite, de seguida atravessaram o descampado despojado daquela agressividade das horas diurnas.

Embrenharam-se na malha urbana, insuflados pelas alegrias do verão. Os pequenos jardins, cheios de pessoas e de música. Não interessa que tipo de música: dance-se.

Uma esplanada oferecia um palco acolhedor para o silêncio que se instalara entre os dois. O diálogo era pesado e descontínuo. Poderíamos até falar, como alternativa, em monólogos incomunicantes.

Sentaram à mesa.

- Sabes (diz ela) quero-te dizer uma coisa mas promete que não te vais zangar...

O que é que será? - pergunta-se ele - fez uma maldade? Uma maldade muito grande? Aguento ou não? Mas prometer o perdão antes de saber o pecado é tarefa contraditória.

De qualquer modo diz ele: - Diz, fala, conta... como posso prometer o que me pedes?

A surpresa vem sempre de um lugar completamente novo.

- (diz ela) Naqueles meses de Fevereiro traí-te.

É bem como dizíamos.

Os detalhes da traição: ele tinha-a levado com todo o carinho a uma festa. Ela pedira-lhe que não fosse. Ele entendeu-a e despediu-se cheio de amor... e a traição.

A situação é paradoxal: não lhe apetecia perdoar, mas soube de um acontecimento que já se consumou há meses. Pertence ao passado: tantas coisas boas aconteceram desde então.

- (diz ela) Fiquei muito arrependida, foi por isso que depois te tratei muito bem, fiz e dei-me a ti o melhor que pude.

Ele lembra-se dessas explosões de ternura, estranhou-as e bebeu delas. Alegrou-se. Estava tão perto e tão longe de imaginar o motivo desses comportamentos.

De qualquer maneira, a situação é extremamente delicada.

- (diz ela) Não dizes nada?, fala comigo, tu prometeste... - como se podia prometer uma coisa daquelas? Daí o silêncio e o tumulto de palavras contrárias a baterem na cabeça do nosso homem.

- Não dizes nada?

Ele levanta-se da mesa, mudo, atravessa a esplanada, cheia de conversas de verão. No meio do jardim havia um pequeno chafariz.

Ele aproxima-se dessa água e mergulha nela. Ela levanta-se e faz a mesma coisa. Na esplanada todos reparam no inaudito do acontecimento

Eles saem do chafariz, com as roupas completamente molhadas. Afastam-se da cidade pelo descampado, agora inundado de abóbada. Estrelas cadentes. Sobem a rua protegida pelo medo até alcançarem a tenda.

A noite partilhada de desilusões.

Rui Tinoco

(Rui Tinoco é português do Porto e nos enviou este conto por e-mail)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Complementando a ata de André...

De fato, que tempo chuvoso. Pensei cá comigo: essa turma vai furar, essa turma não vem. Depois de me apresentar à Jadercy, apanhei um livro de Graciliano e ocupei um dos assentos de uma das mesas da biblioteca. Não consegui me concentrar na leitura, na expectativa de que chegasse mais alguém. O primeiro que adentrou, majestoso, foi o André e seu irrepreensivel guarda-chuva. Beto Menezes e Mariano chegaram em seguida, um após outro, respectivamente.

O clima na biblioteca é muito agradável. Além do calor humano, tem ar condicionado e tudo. A receptividade a nossos propósitos foi excelente. A Jadercy ressaltou a importância de, na cidade, existir um clube do conto, pessoas que se reúnem para ler e escutar histórias. Ela acha fantástico que existam coisas assim em João Pessoa. O esposo de Jadercy se engajou em nossas conversas e, muito animado, propôs que a gente se apresentasse no TRT. Ele preside a área de cultura do TRT.
Quando estávamos no auge das articulações, todos muito sérios, compenetrados, ouviu-se uma voz estridente no recinto: “É hora de levantar. São 17 horas... É hora de levantar, são 17 horas...” Era meu ridículo celular me lembrando que eu devia tomar um remédio naquele momento. E quem disse que alguém conseguia parar de rir?
Depois que André e Beto Menezes saíram do recinto, ficamos Mariano, eu, Jadercy e seu esposo concluindo o papo. Jadercy nos acenou com a possibilidade de abrir a biblioteca aos sábados para nós, das 16 às 18 horas, já que existe um serviço de segurança (vigilante) permanente no local. Ela recomendou também que alguém fizesse um documento por escrito, em nome do Clube do Conto da Paraíba, solicitando o espaço nesse horário e entregasse a ela.
Fim de papo e saímos enfrentando um toró debaixo de nossas sombrinhas e guarda-chuvas jamais esquecidos.
Até que alguém desdiga, fica o dito pelo mesmo dito.
Dôra

Cronofobia (à sombra dos cronômetros em flor)

A proximidade dos aniversários lhe causava suores frios. Com a imunidade baixa para opiniões alheias, era facilmente cooptado para programas infinitos. Descobriu tarde demais que o medo aos filmes de Hitchcock decorria menos do suspense do assassinato do que da duração da película. Na saída da faculdade, a sensação de que seria cardíaco mais cedo, caso seu pai não chegasse com o carro. O pavor ao tempo também lhe trouxe a impotência e o câncer de prostração.

Única felicidade nem foi em vida: o caixão baixou em exatos 7 segundos.


André Ricardo Aguiar

Agorafobia (ou há-de-vir-fobia)

Com todo universo infindo lá fora que não cabe na mente, em nenhuma religiosa inspiração, prefiro a vida, essa gaiola de ouro. Sob luzes cartesianas, com asas atrofiadas pela opressão do catre, no alvor dos dias, imagino. Prefiro ficar, mesmo sabendo que os portões que me prendem são de amarras podres. Mesmo sabendo que ninguém pode me impedir de voar. Prefiro ficar. Talvez não saiba voltar. Talvez não queira voltar. Na dúvida pelo que não vivi, fora dessa limitada vida, covarde escolho ficar.

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Betomenezes

Ata em dois atos

Primeiro ato: numa tarde chuvosa alguns integrantes do clube foram à biblioteca da praça da paz. Como um passeio da imaginação, fechei meu guarda-chuva e adentrei o recinto. De uma mesa, perto das brancas estantes, estava Dorinha. Aguardávamos uma conversa com Jadercy (se a grafia não me trai) e nesse ínterim, chegou Beto Menezes e bem depois, Antônio Mariano. Embora cientes de que não podíamos passar por cima de decisões sem as autorizações superiores do Sesi, encontramos ali muita disposição para os contadores de histórias – num primeiro momento, acharam que o clube era especialista em histórias infantis – e ainda com convites para apresentação no Tribunal Regional (ou equivalente jurídico que me escapa) pelo marido de Jadercy, que preside o dito – me corrijam se não for isto. Se a parceria vinga, ainda temos possibilidade de trocar o café pelo chá, e o claro-escuro pela brancura coalhada de coloridas janelas chamadas livros. E se preferível, com o celular de Dôrinha no mais absoluto silêncio e sem hora para levantar (lembra, Dôrinha?).

Segundo ato: o sábado recente foi uma reunião feliz, com contos à beira da fobia, com convidados e muita malícia subterrânea: os Andrés, Ronaldo, Valéria, Dôrinha, Beto, entre outros. Psicanalistas traiçoeiros, na verdade um, com cachaça programada, se esmerou em pôr mais uma pá de cal na credibilidade da raça dos poetas, com um conto para lá de imaginativo e que durou menos de meia hora. Ainda tivemos conto de inversão narcisista e contito de diminuição paragrafal, conto materno e pelo que me lembro, que o autor da ata nem sequer chegou ao final, acho que de contação foi só o que houve. Uma nova integrante deu as caras, Amanda K, que está para lançar seu livro de contos e participa ativamente do mundo blogueiro (http://amandak.zip.net). Tereza e Adriano tomaram seus assentos e seguimos o rumo de oratório e de leitura. Mariano chegou bem depois, com conto ou sem conto: não conto com a informação, até o fechamento desta redação. No mais, o tema próximo é chega de saudade. E para completar, chega de ata.

Fim dos atos.

sábado, 3 de maio de 2008

A complicação

um conto em seis parágrafos

Ontem, acordei desnorteado hoje, acho que tudo começou ontem a ontem quando um amigo disse pra mim que amanhã chegaria aqui hoje. Agora nem sei se o aqui é acolá, ou o acolá é lá. Pra mim, hoje foi dia 36, mas nenhum mês tem o dia 36 nem no calendário lá da cozinha, por sinal, marquei este dia em um espaço em branco na página de um mês aleatório.

Resolvi freqüentar um psicanalista, ele disse que o problema é que sou contraditório só porque falei que cumprimento as pessoas com despedidas e quando saio pela porta da frente dou de cara com o quintal. Ele deve estar certo, pois percebeu que nas primeiras consultas eu ficava calado, mas antes e depois, quando estava na sala de espera, falava pelos cotovelos. Ainda bem que ele possui um raciocínio rápido, minha consulta agora é no horário em que fico na sala de espera, esperando a consulta, e minha espera é durante a consulta. Eu e ele ficamos escorados na porta, para que um escute bem o outro.

O psicanalista me receitou bastante açúcar para adocicar a vida. O problema é que já não sei onde encontrar o açúcar, pois, durante uma época, escrevi açúcar no pote de sal e sal no pote de açúcar, não lembro se para enganar as formigas ou de quando queria provar um doce salgado. Quando pensei ter encontrado o açúcar, queimei a garganta, era pimenta, foi do tempo em que queria uma pimenta adocicada.

Joguei todos os meus potes de sal, açúcar e pimenta no lixo. Fui para o mercado comprar açúcar. Me perdi no meio do caminho, tornei-me um desaparecido. Sei que sou desaparecido, várias vezes encontrei cartazes com meu rosto estampado e letras garrafais dizendo DESAPARECIDO.

Não lembro se foi eu quem colou esses cartazes ou foi minha família, sempre quis saber como é a vida de um desaparecido. Dificilmente foi minha família, eles devem estar feliz com meu sumiço, principalmente os meus parentes mais velhos, pois dizem que cresci, mudei bastante e não sou mais o mesmo de outrora...

Talvez seja isso, eu não sou mais eu, mudei para outra pessoa. Sim, é isso, hoje é quinta-feira, pra cumprimentar se diz oi, despede-se falando tchau, o quintal é atrás, a rua é na frente... Tchau, psicanalista. Não sou desaparecido, eu me achei.

Laudelino Menezes

(Texto apresentado na reunião do Clube do Conto da Paraiba, sábado, dia 3/5/2008)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Atah do Klube du Kontu (em miguxês moderno)

sabadu ultimu tivemus + 1 reuniaum manera du klube du kontu...... marianu...betu menezes...dora limera...valeria...brendan i barretu estiveram as voltas kom as historias du kaxorru doidu...... babanu i rosnanu...entre kedas...arranhoes i devorassoes...alem d 1 tendencia p aliterassaum literaria...soltamus u verbu i estaremus nus preparanu p + 1 exerciciu-tema...ke vem a se "refassa a obra" ou "dexah eu kontinuah disti pontu.................." (na verdadi...por falta d titulu apropriadu...explicu melhor: pegue 1 kontu...romanci...novela d 1 escritor ke gosta i dpois d kopiah u 1o paragrafu ou a 1a linha...escreva 1 nova historia...seja inedita ou danu 1 versaum soh sua da msm...... axaria otru rumu p alienista??!?! p odisseia??!?! u kixoti??!?! emma bovary??!?! riobaldu??!?! manda ve...... vale u reescritu...... inteh e xauz!

domingo, 16 de março de 2008

Praça da Paz, 15 de março...

Há grandes necessidades de contar com o silêncio, ainda que seja uma tessitura breve, entremeada de ruídos que o valorizam em suas lacunas. Do Clube do Conto, uma arena múltipla onde histórias e intervenções tomam gosto, tudo pode acontecer, dentro e fora do alcance das possibilidades e da variegada fauna de seres que, ensimesmados em suas vidas e estilos, dão a cara à tapa e sentam suas nádegas nas cadeiras informais dos mais esquisitos e empoeirados cantos. Afora esta quase barroca introdução, calcada num sentido de urgência, o encontro de sábado também foi uma via crucis, com narrações ao alto e um cristo de praça a pontuar seus mistérios e milagres. Nossa religião também tem seus mistérios. E um deles é se perguntar porque estamos onde estamos. Voltaremos à nossa origem?

Os contos foram lidos, os contistas foram polidos, os temas ficaram livres. Ronaldo apresentou o seu tipo de fim nostálgico, Beto Menezes brincou com as possibilidades lúdicas de um jogo virtual, Valéria emulou o gótico com amantes e mensagens cifradas, e tudo movido à nostalgia do café ausente, considerações sobre o mercado editorial e comentários sobre um certo nobel. No mais, Barreto, Brendan, André 1 e 2, Eleonora, Raoni, Cláudio e os fantasmas da associação cumpriram mais um ritual anárquico de relativo sucesso. Venham outros sábados, de preferência, com sua cota de café e silêncio.

terça-feira, 4 de março de 2008

Ata Apocalíptica

E eu vi: Quando abriu o sexto selo, sobreveio um violento terremoto. O sol ficou preto como um pano de crina, e a lua toda como sangue. As estrelas do céu caíram sobre a terra, como frutos verdes de figueira sacudida pela tempestade. O céu recolheu-se como um livro que se enrola e todas as montanhas e as ilhas foram abaladas.(Apocalipse 6,9-17)

Pegar a mesa, distribuir cadeiras, ver a iluminação, dominar o rebordo da praça. E tudo isso como a boa e velha necessidade de puxar papel dos bolsos, malotes, sacolas e ler contos, sejam os inéditos, sejam os requentados, os editados, os remanejados. Sábado, mais um entre tantos, tivemos a presença de Mariano, Brendan, Dora, Raoni, Eleonora, André, Beto Menezes. Menos discussão e mais afeito ao que tínhamos à mão, decidimos pelo tema sugerido por Beto, que passou de um localizado “2012” até a abrangência do termo “Fim do Mundo”, significando o que quiser significar, desde aquela série de eventos que culminarão em catástrofes, epidemias, quebra do status quo, até um singelo lugar perdido no nada que também possa significar, mais do que um apocalíptico desfecho, um fim de mundo.

Se a ata chegar a ser lida antes da hecatombe, digam que amo aos meus e que deixo os meus contos ao sabor daquele oásis radioativo que ficou ali, encolhido, enquanto o deserto se agigantava em suas areias.

Fim.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Ata com açúcar e com afeto

Não será fácil fazer uma ata de memória. Tentarei com a tinta da cara lavada e da recordação de improviso. Sábado, para quem não foi, tivemos uma reunião para lá de produtiva. Convidada para conversar sobre conto e criação, a escritora Rosângela Vieira Rocha, autora dos livros Véspera de lua, Rio das Pedras e Pupilas Ovais, demonstrou verve, simpatia e domínio do tema. Entre depoimentos e conversas informais, depois da leitura dos contos, tivemos um mar de histórias e debates, além de coca-cola e guaraná – está faltando e muito é o cafezinho que tirávamos de letra.

Recebemos além da escritora e seu esposo, curiosos e adjuntos e que espero que façam presença nas próximas reuniões. Posso adiantar que grande parte do Clube do Conto estava presente com a leitura profícua de seres imaginários, com o registro de mais um sorteio, com cadeiras cativas e misturadas, com o avanço do entardecer indo para a noite fechada e com a fogueira imaginária que opera o milagre de coesão do grupo para quem só basta uma palhinha para render histórias. E com essa bebedeira de alegria, demos o mote para a futura ressaca, tema da próxima reunião. E para título de desafio, deixo aos inadimplentes a lúdica tarefa de imaginar quem foi ao sábado munido de presença. A ata é um processo sem fim...quem quiser aumentar que conte mais.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Ata imaginária

O Clube do Conto surpreende sempre. Prova disso é que neste sábado tivemos, entre presentes e faltosos, convidados, possíveis promessas e muita dinâmica. Parecia ser um encontro para pouco conto e muito contista, mas inclusões imprevistas e a extensão de certos contos equilibraram a balança. Estrela de um documentário, Dôrinha e de lambuja o próprio clube foram alvos das lentes de uma equipe de estudantes simpáticos que flagraram a verve e a informalidade da nossa cachaça literária. Dando prosseguimentos aos trabalhos, a ré citada leu conto de outras eras, editado para os dias atuais e que consumiu páginas e páginas da nossa atenção. Também leram contos Ronaldo, Beto Menezes e Luciano (ambos premiados em concursos locais) – que foram ao clube pela primeira vez , além de um conto do Waldir, publicado no jornal e que foi distribuído na ocasião. Tivemos a volta de Joana, sua filha e namorado, a presença de Assis, que conheceu o grupo no Agosto das Letras, além de Laudelino, Alcântara, Barreto, Cláudio e eu.

Os assuntos foram os mais variados, incluindo a decisão de publicarmos uma nova ata, de acordo com o próximo tema escolhido: seres imaginários. Também estamos na reta final da nossa aguardada antologia, nos retoques finais ao cargo de Rona em plagas recifenses. E cogitando a confecção de uma camisa para o Clube. E aguardando para o próximo encontro mais um(a) convidado(a) para uma conversa sobre conto e criação. E no mais, esta é a ata. Quem quiser ajustar possíveis erros de continuidade, jogue nos comentários. Agora volto ao meu costumeiro estado imaginário.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Rinaldo de Fernandes no Clube do Conto

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O Clube do Conto realizou, neste sábado, dia 26, o primeiro dos eventos programados para este ano e que contou com a criatividade e esforço dos seus participantes e agregados. São encontros que, além dos tradicionais bolinhos ficcionais e chá de espera, são convidados escritores que trabalham com o conto e têm o que contar sobre esta arte. O primeiro convidado foi Rinaldo de Fernandes, autor dos livros de contos O Caçador (João Pessoa: Ed. UFPB, 1997) e O perfume de Roberta (Rio de Janeiro: Garamond, 2005). Organizou os livros O Clarim e a Oração: cem anos de Os sertões (São Paulo: Geração Editorial, 2002), Chico Buarque do Brasil (Rio de Janeiro: Garamond/Biblioteca Nacional, 2004), Contos cruéis: as narrativas mais violentas da literatura brasileira contemporânea (São Paulo: Geração Editorial, 2006) e Quartas Histórias, contos baseados em narrativas de Guimarães Rosa (Rio de Janeiro: Garamond, 2006). Com o conto "Beleza", conquistou o primeiro lugar no Concurso Nacional de Contos do Paraná de 2006. Colabora com os principais suplementos literários do país, entre os quais Rascunho (PR) e Correio das Artes (PB) onde assina a coluna Rodapé.

A conversa versou sobre vários assuntos, desde sua iniciação aos contos até as reflexões sobre a contística, os modos de produção, inspiração versos transpiração, entre outros. Rinaldo ressaltou também que a criatividade dos grupos que lidam com o conto é um fator importante para chamar a atenção das editoras e do público. Bem postas também as palavras sobre a natureza do conto, em comparação com a novela e o romance. Reflexões críticas que incluíam as palavras de um mestre do porte de um Cortazar, e de outros mestres brasileiros, como o contista Moreira Campos, amigo pessoal de Rinaldo. O encontro ainda teve como brindes o sorteio de dois livros do autor (O Perfume de Roberta – O caçador) e que foram arrematados pelos felizardos Ronaldo Monte e Luana (coincidentemente, ambos da mesma família).


Ainda foram lidos alguns contos sobre o tema “Piada”. A participação do público foi satisfatória e tudo indicada que, também com o apoio da mídia, dos jornais e da internet, o evento vem consolidar mais uma prática feliz do já conhecido e respeitado Clube do Conto. Não duvido nada voltarmos nossos corações e mentes para o projeto de camisas com o logo do Clube e medidas mais cabíveis para levar a cabo nossa tão esperada antologia. Tenho dito

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Ata spnolenta ou boletim de ocorrências sobre os acontecimentos da reunião de 19 de janeiro de 2008



Fomos os primeiros a chegar, eu e André, o Grande. Para nossa surpresa, havia três cachorros dentro da associação, mais ou menos no espaço de nossa reunião. Preparei-me para abrir o cadeado do portão, André, o Grande, montou o banner no lugar de sempre. Quando meti a chave no cadeado, os três cachorros avançaram na minha mão, temi que fossem me morder, mas eram três dóceis cães, deviam ser do senhor que mora na associação, numa casa anexa. Depois, chegaram Cláudio e André, o Pequeno. Acomodamo-nos em nossos lugares e a primeira coisa que veio a lume foi nossa lendária antologia. Se havia alguma notícia, em que pé estava, se já estava na gráfica, se alguém tinha ido a Recife para a revisão, esdrúxula revisão, etc, essas coisas. Entre controvérsias e polêmicas, cogitou-se até que devemos “organizar” o clube do Conto, para que existam pessoas “encarregadas” desses assuntos. Tal pensamento não fluiu e o assunto ficou mais ou menos encerrado. Alguém tentou refletir sobre a razão de algumas pessoas desaparecerem misteriosamente do convívio clubecontista. Algumas pessoas são incríveis, mal aparecem e já desaparecem. Coisas de circo. Após essa breve e superficial reflexão, deu-se a abertura dos trabalhos propriamente ditos, com a leitura rotineira dos contos sobre o mote “Segunda-feira”. A essa altura, Brendan se aproxima e se acomoda num banquinho junto à mesa dos trabalhos. Houve ligeiras discussões sobre conto bifurcado, especialidade exclusiva de Brendan. Alguém propôs que o tema da próxima semana fosse exatamente um conto bifurcado. Algumas pessoas se dispuseram, outras não. Diante disso, foi escolhido um outro tema alternativo: “releitura de uma piada, velha ou não”. Pode ser de papagaio, de padre, de português, de freira, de bebum, a gosto de cada um. Vale usar palavrão. Outro assunto interessante que veio à baila foi a presença de Rinaldo De Fernandes no próximo sábado. As pessoas tentaram dividir tarefas, algumas devem levar refrigerantes, outras devem levar copos descartáveis, etc. Antônio, o Mariano ficou com a incumbência das cadeiras. Supondo que o De Fernandes pode atrair bom público, Mariano ficou de locar 20 cadeiras, cujo pagamento será dividido entre nós. Achei que é exagero, mas.... enfim. Dou por encerrada esta ata, pois apesar de meu relógio marcar 11:20h da manhã, me muero de sono.

Dôra Limeira

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Os Beijos de Dôra

(Texto de Clauder Arcanjo)

Quando a conheci, ganhei dela um beijo. Não um beijo qualquer, mas sim um beijo de Dôra. Caliente, como, desde aquele dia, o defini. Um inesquecível beijo da paraibana Dôra Limeira.

Minha querida amiga. Semana passada, recebi o seu novo livro: O beijo de Deus, mini contos, editora Manufatura, João Pessoa, PB. Sua “terceira investida na área literária”. Na epigrafe, espécie de aviso aos incautos: “Os vergões da ferida são a purificação dos maus, como também as pancadas que penetram até o mais íntimo do ventre. (Livro dos Provérbios, 20:30)”

Nascida em Cruz das Armas, bairro de João Pessoa, professora aposentada, hoje em abraços com a alma da literatura, Dôra é uma contista singular. Suas palavras trazem-nos o sumo da dor, prosa poética reacendendo a perfume do sofrimento. Minis que machucam e encantam, pois Dora é arquiteta do abandono. Sua inteligência sempre esteve a serviço dos desvalidos, fazendo-lhes preces, narrando-lhes, a um só tempo, os seus raros prazeres.

Escritora madura que estreou de forma zelosa e contundente, Dôra, membro do Clube do Conto da Paraíba, começou a escrever no caleidoscópico mundo da internet. Participante de listas literárias, quando menos percebeu, dispunha de material de qualidade para expor e preservar, na feição de livro. Era o ano de 2003. uma estréia com um raro e, no seu caso, feliz amálgama de contos e crônicas. Arquitetura de um abandono vinha, então, a lume. Dois anos depois, 2005, o ferro em brasa das narrativas de Preces e orgasmos dos desvalidos.

Nesse O Beijo de Deus, dividido em três partes – Cotidianos, Agonizantes e Espasmos – Dôra lima o aço da palavra e cutuca fundo, bem fundo, os desvãos da sofrida existência. São seres marcados pelo sinal da exclusão e da morte. Uns mortos-vivos banhados pela vontade de viver. E isso é o que seduz em sua narrativa.

Não espere, leitor, um ósculo em piedade. No maximo, há nesses beijos laivos de solidariedade. “A surpresa veio-me da descoberta de que a literatura de Dôra Limeira pode ser inscrita numa longa tradição de literatura mística”, avisa-nos Maria Valéria Rezende na apresentação da obra, a que deu o título de “O sono de Deus”. Imersa no Jordão dos excluídos, há marcas de sangue em suas histórias. Sangrando em pedaços, parece que alguma coisa foi morta dentro dela. Com rematada violência, Dôra anuncia em “Cadeias nacionais”: “A fome desfraldava, colorida, a céu aberto, sem ordem.”

Na segunda parte, Agonizantes, em “Versos perecíveis”, ela declara: “Meu caderno de rascunho incolor não tem viço. É rascunho de muitas coisas, utopias variadas. Destroços da vida, meus textos são perecíveis linhas.”

Quem sangra com aquilo que rabisca deixa um gosto incomum nas letras postas na bandeja do leitor. No seu “Crepúsculo interior, um castiçal estende os braços metálicos para o alto, como se estivessem rezando. As velas se derretem de dor, vertem lágrimas mornas de cera. “em cada canto, uma gota de mágoa”.

O estilo de Dôra encerra o travo vivo da agonia. “Em meio ao clamor solitário, dedilhou a lira de seu espasmo”. E não se escondeu dentro de si. Ao contrário, ela, cada vez mais, desnuda-se, rasga as vestes do cotidiano e entrega-se placidamente ao que a oprime, que garroteia o espírito sangrado. Em meio aos infortúnios da vida, Cânticos de danação. Das sombras do seu eu agônico, abandonada, desvalida, Dôra se agiganta. Em sonata de profundeza, suas credenciais. “Que águas movediças são tuas lágrimas, que lamas pantanosas são tuas secreções, tua mente é poço profundo. Não sei que perigos me atraem e me fazem adentrar caminhos assim tão desconhecidos”. “Carcomidas pelo tempo, estão minhas concepções de Deus, todas transformadas em pó”.

Os beijos de Dôra – minicontos de prosa e poesia, o esperam. Um beijo ruborizado de Deus, pois, enquanto estamos vivos, parafraseando Dôra Limeira, todos se apressam em providenciar nossos funerais.

Clauder Arcanjo
clauder@pedagogiadagestao.com.br

Texto publicado no jornal Gazeta do Oeste (Mossoró-RN), caderno de Expressão, espaço Questao de Prosa, edição de 13 de janeiro de 2008.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008



- Aconteceu o que tinha que acontecer.
- O que?
- A reunião...
- Sim, todo sábado uns desocupados adentram...
- Isso a vizinhança já faz o seu jornal: é uma tal zuada, um zumbido, uma zona só...
- Mas pera, deixa eu terminar. Dessa vez inventaram de experimentar, como se a pólvora do narrar fosse inventada antes do ato de contar... Mas teve uma senhora que deu uma lição de graça (e com graça) e eles ficaram com cara de tacho
- Eles quem, meu sinhô?
- Vou pela ordem do que escreveram: Dôra, a pervertida, que foi lida pelo André, o envergonhado, que teve ajuda da Valéria, a anfitriã...
- Anfritriã?
- Arre, que não terminei... olha, ainda teve o Cláudio, que trouxe conto em letras garrafinhas... o clone do André 1, ou talvez o contrário, a matriz do André 2 (coisas da ficção científica que grassa no clube...)
- Sim, mas e o anfitrionato, não vai falar?
- Oh, cara...ficou curioso né? Seguinte, Valéria trouxe dois convidados, e pelo que me consta, foi simpatia a vista. O Fábio e a Elizabeth do Distrito Federal, mas que são cariocas e fazem parte de uma tal de Confraria...
- Sei... o Clube recebe a Confraria...tudo a ver...
- É, e acredite, são gentes finas, do balacobaco...são, como dizem...bibliófagos...
- Você quer dizer...bibliólogos.... não...bibliófilos... né isso? O que é isso, hein?
- São cultivadores de obras especiais...livros tratados como arte. A arte de fazer um livro virar uma obra de arte, entende? São poucos os felizardos a participarem. Mas o bom é que o Clube deixou um balaio de livros pra eles levarem... Dizem que a tal da Elizabeth mandou rubricar tudinho, tudinho...sabida a moça....
- Sim, e depois?
- Bão, depois, afora umas tentativas, ninguém quis experimentar o novo. De experimento mesmo..só a mosca na sopa da Valéria e olhe lá. Veio o Cláudio e tascou o tema Segunda-feira. A reunião rendeu até umas horas. Eu só sei que o apressadinho do André (o...1...o 2...?) se bandeou, todo bandolim, para os lados de Quixeramobim... e até prova em contrário, a ata durou até este ato. Quem quiser saber mais...
André

Em tempo ainda: A foto acima registra a presença de Fábio, o bibliófilo, que mora em Brasília e nos visitou juntamente com a esposa Elizabeth. Pena que Elizabeth não tenha saido na imagem, pois a mesma estava fotogrando.
Dôra

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Ata um tanto quanto tendenciosa de 04/01/08

Na retomada das atividades após as festas de fim/começo de ano, tivemos reunião bastante concorrida, com alguns aboios e algumas novidades no pasto. O professor Walter, um senhor alto, moreno, membro da AMCBU, adentrou o recinto, querendo saber o que se significava aquilo, tanta gente ao redor de uma mesa falando, falando, falando. Achando interessante nossa reunião, mostrou-se curioso, fez algumas perguntas a título de se informar, sentou-se e acompanhou todo o desenrolar. Houve um conto onde se trabalhou a “linguagem” dos animais. Entre crocitares, cacarejares, mugires e outros modos de expressão dos bichos, Waldir Amorim desenvolveu sua tarefa sobre “aboio”. Outros contos sobre o tema foram apresentados, em meio a necessidades e inquietações. E por que não dizer, em meio a certa dosagem de tédio. Um dos assuntos abordados após a leitura dos contos foi sobre dicionários virtuais, caldas aulettes, houaisses, aurélios digitais, demonstrando-se por a mais b que dicionários virtuais são mais práticos, mais ágeis. No entanto, há sempre os que resistem, preferindo carregar os pesados tomos de dicionários impressos, suas capas duras, suas intermináveis folhas de bíblias. Nesse grupo, incluo-me sem medo de parecer careta. Após barulhentas discussões, sem conclusões, um dos participantes da reunião sentiu uma necessidade muito grande, uma inquietação enorme, achando que devemos convidar vez em quando um escritor “de fora” para dialogar com o clube do conto, repassar sua experiência na atividade da escrita, etc. Esse “vez em quando” será a cada última reunião do mês. Aprovada sem muito entusiasmo, a proposta já prevê a presença de Solha como primeiro convidado. Vamos aguardar com certa inquietação. Outra novidade é a sugestão de que devemos experimentar fazer contos diferentes, estruturalmente. A proposta foi aceita, mas não que passe a ser norma ou regra ou lei. Particularmente, eu sinto a necessidade ou inquietação de ler contos. Se repararmos direitinho, poucos estão escrevendo, alguns poucos escrevem poucos contos. Pode ser uma fase de refluxo. Ah, mas isso não tem nada a ver com ata. Isso são somente reflexões pessoais minhas, desculpem. Para terminar, não existe tema específico para essa semana. Cada pessoa, querendo, escreve um conto com estrutura diferente das estruturas tradicionais ou convencionais. Não querendo, escreve do modo já tradicional. Não querendo ainda, não escreve nada. Termino aqui esta ata, dando o dito pelo não dito. Assino embaixo e dou pouca fé.

Dôra