sábado, 15 de maio de 2010

Ata Mágica

Ata referente ao dia 8 de maio de 2010.

O primeiro a chegar foi o desenhador. Tentava se redimir dos atrasos passados. Esperou pelos outros chupando um picolé. Na mesa ao lado um dragão o observava com interesse.

A segunda a chegar foi a guerreira Joana, acompanhada da fiel escudeira Mariana. Juntaram-se ao desenhador. Os três dividiram uma cerveja enquanto discutiam sobre quadrinhos e as novidades tecnológicas. Nenhuma das duas parecia notar o dragão.

Beto, o Bárbaro, chegou ao mesmo tempo que a Fada Romarta, quase causando um colapso mágico. Ele jogou seu machado ao pé da mesa, enquanto ela se depositou sobre a cadeira, feito barro no fundo do rio.

Mais tarde, trazidos pelos bons ventos, chegaram a Comendadora Limeira, André o Mago, o Samurai Lau e a Vidente Regina, que conhece os segredos do I Ching. Um outro dragão sentou-se na mesa ao lado para acompanhar o primeiro. O desenhador perguntava-se se era efeito do álcool.

O taberneiro cuidou de servir os petiscos: pão com berinjela e filé de hydra. Enquanto comiam, os viajantes começaram a contar suas histórias sobre o orégano do crime organizado, sem o “ó”.

A Feiticeira Valéria mandou sua história pelo Bárbaro. Escondeu magicamente um “ó” nas entre-letras da palavra engulir, pegando a todos de surpresa. O Mago André foi atraiçoado por um “ó” fujão. E a Guerreira Joana atingiu uma artéria e fez jorrar “ós” sobre os presentes. Nesse ínterim, as outras mesas já estavam lotadas de dragões, de várias cores e tamanhos, e todos olhavam o desenhador com interesse.

Por último chegou Alfredo, o Mineiro, e Cartaxo, o Sátiro, acompanhado de Cláudia das Terras Longínquas. Em seus rastros chegaram três nobres visitantes, sedentos por histórias: Lorde Erasmo, Milady Iaponira e Milady Clarissa.

O Bárbaro Beto desferiu bravatas a respeito da ciência, o que gerou uma breve batalha religiosa.

A história da fada deu origem a outra discussão. O Bárbaro Beto e o Mineiro travaram uma batalha com a Guerreira Joana sobre o desenvolvimento do estilo literário. As espadas faiscaram e a batalha foi longa, mas Romarta jogou seu pó de pirlimpimpim e pôs fim no certame.

Alheio, o desenhador já podia ver os dragões afiando suas garras e gargarejando óleo quente, quando foi salvo pela presença luminosa da Barda Tamires. Tão logo ela sentou-se ao seu lado, as feras aladas desapareceram.

Por último foram escolhidos os temas do próximo encontro: compulsão e amor a 1.ª vista.

Raoni Xavier

Imagens retiradas de:
- http://images1.fanpop.com/images/image_uploads/Dragons-of-Massive-Geek-dungeons-and-dragons-1004082_771_762.jpg
- http://www.g4g.it/g4g/wp-content/uploads/2009/06/dungeons_and_dragons_free_online_01.jpg

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A(tv)A - o Clube na tevê

O que é o que é? É um pouco janela e porta encostada, desenrola-se feito pergaminho, ecoa vozes que não estão presentes e outras que fazem alarido, tem gosto de javanês e se não tem um lima, acha-se um barreto, começa clarinho e vai escurecendo e se não é fogueira se vira com lâmpadas e no lugar da sopa de letrinhas vem suco de histórias, risadas a la carte, papo de madeira e vidro, viagem interplanetária e escada de palco com vozes entrecortadas ou som de tuba, tudo servido com carinho e balbúrdia – mas se entende tudinho, pois é paixão a todo custo e a todo conto.

Sem falar que no recheio sabemos que é o gosto do sábado sem pressa de domingos. E como foi sábado e até equipe de TV se abancou, testemunharam e participaram os seguintes contonautas: Valéria – que deu conta da história – e André, falando da dinâmica, além de Romarta, explicando porque faz bem entrar na toca – e Luciana, lendo e comprovando que se lê, e até Ronaldo, dizendo porque escritor marmanjo também sai ganhando – e Vivi, dizendo que não precisa fazer nada, se quiser, só ouvir e ter prazer. Também contribuíram pra o bom andamento Beto Menezes, Raoni, Alfredo e com posterior presença, Regina Behar e Laudelino.

O Clube, claro, não se fez de rogado e falou muito e mostrou a boa e velha informalidade com os contos, as pessoas, as fofocas e as críticas. Teve olhar de curioso, teve pedinte, teve participação do dono do pedaço e muita desorganização ordeira. Nada que nos seis anos de vida não fosse tão normal quando uma xícara de café vir quentinha. Com mais um pouco, e com as leituras em dia, decidimos por tema um desenlace duplo: contos escritos sem a letra “o” e máfia. E quem não levar conto dessa estirpe, não precisa tremer nas bases. Falta do que escrever também é cosa nostra.

André Ricardo Aguiar

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Confiram a matéria da TV

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