domingo, 16 de novembro de 2008

Relações amargas debaixo do céu que nos protege

Ontem, sábado, dia 15 de novembro de 2008, foi feriado nacional. Por causa disso, a biblioteca do SESI esteve fechada e fizemos reunião no quiosque que fica em frente à biblioteca. estivemos presentes eu, Valéria, Késia, Simão, Mariano, André Ricardo, Barreto e aquele amigo de André que se chama também André, se não me engano.

O tema sugerido “o céu que nos protege” gerou dois contos interessantes. Ambos trataram do desgaste das relações nos casamentos prolongados, cada conto numa abordagem própria. Autoras: Késia da Mota e Dôra Limeira. Em ambos os textos, um fato esteve predominantemente presente: a mulher “encheu o saco” e foi embora sem satisfação nenhuma a dar a ninguém. Esses contos me lembraram Adoniram Barbosa cantando assim: “Inês saiu dizendo que ia comprar um pavio pro lampião. Pode me esperar, Mané, que eu já volto já. Acendi o fogão, botei água pra esquentar, e fui pro portão só pra ver Inês chegar. Anoiteceu e ela não voltou, fui pra rua feito um louco pra saber o que aconteceu. Procurei na Central, procurei no hospital e no xadrez. Andei a cidade inteira e não encontrei Inês. Voltei pra casa triste demais. O que Inês me fez não se faz. E no chão, bem perto do fogão, encontrei um papel escrito assim: pode apagar o fogo, Mané, que eu não volto mais.”

Mas, a tarde não foi somente para contar histórias de mulheres de saco cheio. Senão, vejamos: nosso amigo Simão, levou um texto fora do tema e distribuiu cópias em forma de bilhetes bem dobradinhos. Dizia Simão que o texto era um bilhete deixado na porta da geladeira por um senhor casado e estava endereçado à sua esposa. Esse senhor casado, coincidentemente, também estava de saco cheio e disse que ia embora, sem mais delongas. O texto de Simão, para ser mais autêntico, estava escrito à mão, isto é, à caneta. Estava em forma de poema: “Poema crônico”, este era o título. Eu brinquei com Simão dizendo que ele fez um texto revanche aos textos das mulheres.

O mais interessante é que cada um dos autores tinha feito seus contos em casa, sozinhos, sem combinar uns com os outros. Pelo resultado do trabalho, parece até que tinham feito em conjunto, combinando tudo. o resultado foi harmonioso, a meu ver. Uma delícia.

Além das leituras e comentários dos textos, tivemos a presença de Veruska, companheira de André Ricardo o Grande, que nos deu informes sobre o bazar de Natal a ser realizado pelos paroquianos da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Miramar. O Clube do Conto se fará presente ao bazar, com direito a duas tendas, onde podemos expor nossos produtos, livros, cds, artesanatos, folhetos, etc. Fiquei de conseguir um megafone com Nara Limeira para que nossas vozes sejam melhor escutadas ao longo do evento, pois pensamos em fazer performances, ou seja, leituras de nossos contos. Quem puder dramatizar as vozes, melhor ainda.

Ah, o tema da próxima semana: “TRAVESTI”

Sem mais a tratar, assino-me burocraticamente.

Dôra Limeira