Numa avaliação muito rápida, vejo que houve um monte de mudanças qualitativas, apesar da crise e da antologia que não saiu. Ganhamos o espaço da Biblioteca do SESI na Praça da Paz. É um espaço relativamente tranqüilo, favorável à concentração nas leituras e comentários de textos, ao mesmo tempo propício à descontração nos momentos de brincadeiras e de falar mal da vida alheia, que ninguém é de ferro. Conquistamos aliados no novo espaço de reuniões. O pessoal administrativo nos acolhe, às vezes temos cafezinho, às vezes água de coco, sempre temos o sorriso simpático das moças que dispõem a sala para nós. Penso que devíamos ser mais gratos, mais atenciosos a Jadercy, chefe do pessoal administrativo que todo sábado está sempre abrindo as portas para nós. Raramente, ficamos “na rua”.
2008 também trouxe pessoas novatas, abertas a mudanças, pessoas que desejam experimentar a leitura coletiva, outras querendo experimentar o gosto de fazer conto, outras por mera e saudável curiosidade. Dentre outras pessoas, Roberta Vanessa, Beto Menezes, Alfredo e Raquel, Rayssa e Simão, Kézia, Laiza Felix, Amanda K, Ramon Limeira chegaram, gostaram da experiência, algumas delas repetiram a dose, outras terminaram ficando. Escutaram, escreveram, leram, interagiram. Enfim, disseram a que vieram. Que sejam todos e todas muito bem vindas.
A própria sistemática das reuniões evoluiu ao longo de 2008. Depois de uns anos de permanência na simples leitura de textos, verifica-se que hoje há espaços para revisões, sugestões, opiniões sobre construção de personagens, sobre linguagens, enfim. Percebo que, a cada semana que passa, o Clube do Conto assume seu caráter de oficina literária. Vejo isso como um salto qualitativo, uma salutar tentativa de sair da mesmice. Encaro também como exercício de humildade. Há pouco tempo, meses atrás, percebia-se certo mal-estar quando alguém sugeria mudanças na construção de um texto, alteração na colocação de tal ou qual frase. Isso aconteceu, por exemplo, comigo. Por conta disso, arranjei alguma antipatia difícil de superar até hoje. Mas agora, com o amadurecimento e com o andar da carruagem, sou grata aos que, mesmo enfrentando meu mau humor freqüente, tentaram e persistiram em me corrigir, me revisar, dizer que tal ou qual texto meu está ruinzinho, etc. As opiniões, de uns tempos para cá, são bem vindas, desde que pertinentes.
Que mais dizer?
É preciso que se diga também que nem tudo que está no plano ideal pode ser transposto para a realidade. Algumas pessoas, por exemplo, estiveram com a gente uma ou duas vezes e nunca mais voltaram. Até mesmo algumas pessoas veteranas sumiram simplesmente na poeira da estrada. Faz parte. Uma coisa boa do Clube do Conto é que não há cobranças, ninguém abre inquérito para investigar porque Fulano ou Sicrano deixou de comparecer. Ninguém vai pagar multa. Lamenta-se apenas, mas a vida continua, o barco navega, apesar das intempéries.
Em 2008, alguns de nossos companheiros mereceram destaque, inclusive receberam prêmios fora da Paraíba, como é o caso de Geraldo Maciel, o célebre Edward Barreto G. Robinson. É o caso também de Valéria Rezende. “O vôo da guará vermelha” cada vez mais rufla as asas para mais longe. Recentemente, saiu uma edição portuguesa, por sinal muito bonita.
2009 chegou. Já se vislumbram sinais de que está acabando o período de recesso. Sugiro mais uma vez que a próxima reunião aconteça no quiosque em frente à biblioteca do SESI, no próximo sábado, já que a Biblioteca reabrirá as portas somente a partir do começo de fevereiro. Na minha sugestão, o tema é livre.
Essa semana devo fazer novo levantamento de quantos contos já produzimos nesses quatro anos e meio de existência. Desconfio que atingimos a marca dos 500. Ou então chegamos perto disso. Aguardemos.
Termino aqui minha avaliação sobre o Clube do Conto/2008. Se ficou alguma lacuna e se alguém quiser preencher, sinta-se à vontade.
Que muitas prosas aconteçam em 2009. É uma das coisas que desejo para todas e todos.
Dôra Limeira
2008 também trouxe pessoas novatas, abertas a mudanças, pessoas que desejam experimentar a leitura coletiva, outras querendo experimentar o gosto de fazer conto, outras por mera e saudável curiosidade. Dentre outras pessoas, Roberta Vanessa, Beto Menezes, Alfredo e Raquel, Rayssa e Simão, Kézia, Laiza Felix, Amanda K, Ramon Limeira chegaram, gostaram da experiência, algumas delas repetiram a dose, outras terminaram ficando. Escutaram, escreveram, leram, interagiram. Enfim, disseram a que vieram. Que sejam todos e todas muito bem vindas.
A própria sistemática das reuniões evoluiu ao longo de 2008. Depois de uns anos de permanência na simples leitura de textos, verifica-se que hoje há espaços para revisões, sugestões, opiniões sobre construção de personagens, sobre linguagens, enfim. Percebo que, a cada semana que passa, o Clube do Conto assume seu caráter de oficina literária. Vejo isso como um salto qualitativo, uma salutar tentativa de sair da mesmice. Encaro também como exercício de humildade. Há pouco tempo, meses atrás, percebia-se certo mal-estar quando alguém sugeria mudanças na construção de um texto, alteração na colocação de tal ou qual frase. Isso aconteceu, por exemplo, comigo. Por conta disso, arranjei alguma antipatia difícil de superar até hoje. Mas agora, com o amadurecimento e com o andar da carruagem, sou grata aos que, mesmo enfrentando meu mau humor freqüente, tentaram e persistiram em me corrigir, me revisar, dizer que tal ou qual texto meu está ruinzinho, etc. As opiniões, de uns tempos para cá, são bem vindas, desde que pertinentes.
Que mais dizer?
É preciso que se diga também que nem tudo que está no plano ideal pode ser transposto para a realidade. Algumas pessoas, por exemplo, estiveram com a gente uma ou duas vezes e nunca mais voltaram. Até mesmo algumas pessoas veteranas sumiram simplesmente na poeira da estrada. Faz parte. Uma coisa boa do Clube do Conto é que não há cobranças, ninguém abre inquérito para investigar porque Fulano ou Sicrano deixou de comparecer. Ninguém vai pagar multa. Lamenta-se apenas, mas a vida continua, o barco navega, apesar das intempéries.
Em 2008, alguns de nossos companheiros mereceram destaque, inclusive receberam prêmios fora da Paraíba, como é o caso de Geraldo Maciel, o célebre Edward Barreto G. Robinson. É o caso também de Valéria Rezende. “O vôo da guará vermelha” cada vez mais rufla as asas para mais longe. Recentemente, saiu uma edição portuguesa, por sinal muito bonita.
2009 chegou. Já se vislumbram sinais de que está acabando o período de recesso. Sugiro mais uma vez que a próxima reunião aconteça no quiosque em frente à biblioteca do SESI, no próximo sábado, já que a Biblioteca reabrirá as portas somente a partir do começo de fevereiro. Na minha sugestão, o tema é livre.
Essa semana devo fazer novo levantamento de quantos contos já produzimos nesses quatro anos e meio de existência. Desconfio que atingimos a marca dos 500. Ou então chegamos perto disso. Aguardemos.
Termino aqui minha avaliação sobre o Clube do Conto/2008. Se ficou alguma lacuna e se alguém quiser preencher, sinta-se à vontade.
Que muitas prosas aconteçam em 2009. É uma das coisas que desejo para todas e todos.
Dôra Limeira
7 comentários:
Querida Dôra, valeu! Lindo o seu " exane de consciência" do Clube.
Eu só tenho a acrescentar que o Clube do Conto foi a melhor experiência de solidariedade e amizade que vivi este ano!
Para você e cada um, meu abraço grato e a certeza de que isso só vai crescer! MValéria
Dora escolheu uma foto em que não apareço. É marcação comigo. Dora gosta de m fazer sofrer. No mais, gostei da avaliação. Eu mesmo andei meio afastado. Mas o Clube do Conto continua sendo uma das melhores experiências de minha vida. Beijos. Ronamonte.
O clube do conto, pra mim, se encaixa no que chamo "estética biscuit", é aquela coisinha que dá até vontade de carregar no bolso ou pôr numa caixinha pra deixar na cabeceira da gente. Mas felizmente, haja uma sala inteira p/ comportá-lo!
Abraços faltosos!
Dôra, perfeita como sempre, sai na frente como a nossa memória e arquivo ambulante. Deus abençoe essa garota... E Rona como sempre, enchendo o saco dela...kkkk POxa... saudade de estar com esse grupo maravilhoso com o qual eu cresci e me fez sempre muito bem. Não estive entre vcs no ano de 2008. Muita coisa mudou na minha vida. Aulas, viagens, estresse e muito trabalho. Tive a oportunidade de publicar duas coletâneas esse ano de 2008 com blogueiros. E agora, pra 2009, outros voos... Tomara que eu crie vergonha na cara e apareça mais... adoro vcs... esse grupo é uma escola, uma parceria, e como a valéria diz, um grupo de amigos inesquecível.
Dôra, perfeita como sempre, sai na frente como a nossa memória e arquivo ambulante. Deus abençoe essa garota... E Rona como sempre, enchendo o saco dela...kkkk POxa... saudade de estar com esse grupo maravilhoso com o qual eu cresci e me fez sempre muito bem. Não estive entre vcs no ano de 2008. Muita coisa mudou na minha vida. Aulas, viagens, estresse e muito trabalho. Tive a oportunidade de publicar duas coletâneas esse ano de 2008 com blogueiros. E agora, pra 2009, outros voos... Tomara que eu crie vergonha na cara e apareça mais... adoro vcs... esse grupo é uma escola, uma parceria, e como a valéria diz, um grupo de amigos inesquecível.
Excelente retrospectiva do ano de 2008. Valeu, Dôra Limeira.
Gostei da retrospectiva.
Dora, como sempre, uma artista ao escrever a "ata".
Ela ainda vai acertar a escrita do meu nome, mas tá perdoadíssima. Se a minha mãe tivesse escolhido algo mais simples, mais comum, né?
Pensando bem, prefiro assim. Késia: nome hebraico, ao lado do sobrenome de origem italiana: Mota.
Aprenderão. hehehe
Estou amando fazer parte desse grupo de escritores alegres e super generosos. Em 2009 serei bem menos assídua, infelizmente, mas não pretendo deixá-lo.
Um forte abraço, Késia Mota.
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