Clube do Conto
É o nome do novo movimento literário que surgiu em João Pessoa há 2 anos. Começou com um encontro virtual, troca de opiniões, textos e conversas on-line. Marcaram um café, um bate papo presencial e o grupo foi crescendo. A coisa tomou gosto. O movimento já tem cerca de 25 contistas botando a roda da prosa pra girar. Lá, num cantinho reservado do Shopping Sul (perto da livraria Almeida), escritores veteranos e novatos trocam sorrisos, experiências, palavras, textos, mini-contos. Sempre aos sábados, final da tarde.
Com esta prática, retomam elementos importantes para a cultura e para a vida. Reelaboram acordos, recriam regras, fazem leituras dos seus contos em diferentes dicções e possibilidades. Comentam entre si e, segundo depoimentos deles, ajudam-lhes a crescer muito. O Clube do Conto é anárquico no melhor sentido da palavra.
O mais jovem participante tem 16 anos e a faixa etária dos mais velhos chega perto de 70. Portanto, sem fronteiras entre décadas e gerações, o Clube do Conto é inclusivo e plural, admitindo todos os estilos e influências. Para participar basta gostar de literatura, querer escrever e não precisa ter publicado nada. Uma redação escolar pode ser o começo de tudo. Não significa obviamente que isto vá resultar numa carreira literária de sucesso, mas, o despertar de uma grande paixão pela literatura e, quando o assunto é livro, muitas portas se abrem. Na verdade, abrem-se mundos.
Assisti à participação do Clube do Conto na Bienal do Livro (sábado, 20, no Espaço Cultural) onde foi narrada a sua história com detalhes de bastidores que só eles conheciam. Hoje, o movimento computa mais de 150 contos produzidos para aqueles encontros dos sábados e está editada uma antologia que sairá ainda este ano. Além do projeto da antologia, o Clube do Conto quer levar a literatura para os lugares onde exista público em potencial. A idéia é invadir lugares como restaurantes, salas de teatro e cinema e declamar seus contos, distribuir folhetos com cópia de alguns e dizer da existência do movimento.
O que mais me impressionou, ao ver o Clube do Conto na Bienal do Livro, foi perceber como os seus componentes valorizam o encontro semanal. A literatura de cada um deles poderia existir individual e independentemente no papel, no livro ou no computador. Porém, o Clube do Conto, em si, só existe se eles se encontrarem presencialmente em torno do café, dos comentários, da troca de experiência e afetividade. Afinal, a vida é o alimento da arte. A comunidade aguarda a Antologia do Clube do Conto a ser editada neste ano de 2006 pela Funjope, a Fundação de Cultura de João Pessoa.
Nara Limeira
Um comentário:
Atendendo ao pedido de Dôra e dos demais, publiquei a coluna de Nara.
A descrição de Nara a respeito do Clube ficou uma belezura.
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