Reunidos no sábado passado, 25 de outubro de 2008, com as bençãos da biblioteca aberta, foram compor a mesa os digníssimos Antonio Mariano, Ronaldo Monte, Dôra Limeira (esse acento não vai cair, com a reforma ortográfica?), Valéria Rezende, Kézia, André 1 e André 2. Foram lidos os contos referentes ao tema Desabrigo, também teve distribuição de presentinho de Valéria de suas andanças por meio mundo e também alguns informes (incluindo um projeto de bazar para dezembro e que colocarei nestes dias aqui para discutirmos encontros...)
No mais, qualquer omissão na atal, descontem um pouco, que ainda estou zonzo de sono. Me parece que o tema ficou livre...me corrijam, por favor...
André Ricardo
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Sábado passado, dia 18 de outubro, ficamos ao desabrigo, no sereno, feito gatos vira latas enjeitados. Mas assim mesmo, não miamos desesperadamente, correndo atrás dos seios de alguma mãe ou de alguma filha da mãe. Preferimos adotar o "DESABRIGO" para ser o tema desta semana. À beira de um quiosque na praça da Paz nos reunimos eu, Ronaldo, Barreto, André Ricardo o Grande, um amigo de André Ricardo, Antônio Mariano e três meninas de quem não recordo os nomes agora. Carlos Cartaxo chegou esbaforido, retardatário. A maioria levou conto novo, saido do forno. Somente eu assumi que meu conto era velho, mexido, revirado, requentado em forno de micro ondas. Fora isso, falamos de bem e de mal de quase todo mundo que estava ausente. Tomamos água mineral, coca-cola, fanta, eu tomei água da cagepa, tomamos cafezinho, comemos amendoim torrado e também cozinhado. Dizem as más línguas que amendoim cozinhado é mil vezes mais afrodisíaco, principalmente se o sujeito der umas tapinhas em lugares estratégicos onde as casquinhas de amendoim cairem. Mas não estou falando, vejam bem. Estou só dizendo. Quero saber se alguém procurou saber a razão de terem deixado a gente ao relento, desabrigado sábado passado.
Enfim, terminei.
Beijús com tapioca.
Dôra
Enfim, terminei.
Beijús com tapioca.
Dôra
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Ata da sessão de leitura do Clube que não houve
Aos vinte dias do mês de setembro do ano de dois mil e oito, às dezesseis horas, na sala da Indústria do Conhecimento do SESI localizada na Praça da Paz, no bairro dos Bancários, na cidade de João Pessoa, estado da Paraíba, encontrando- se lá a senhora Jadercy, responsável pela biblioteca e pela estação digital, compareceram os escritores Carlos Cartaxo e Antônio Mariano. Como o quorum era pequeno e apenas Cartaxo tinha trazido uma história curta para leitura, resolveu-se esperar por mais duas ou três vivalmas literárias, que até às dezessete horas e quinze minutos não chegaram. Discutiu-se que é cada vez mais urgente a necessidade de se ter mais audiência para as leituras; que cada um de nós poderia convocar e tentar trazer para todo encontro pelo menos dois ou três amigos; que se assim fizéssemos, mesmo quando fossem poucos os contos a serem lidos, a sessão poderia render com discussões entre os presentes; que é necessária uma curta nota semanal para a imprensa a fim de constar nas agendas dos jornais e em pequenas notícias no rádio e na tevê; que é necessário um pequeno banner afixado na parte externa do local com dizeres do tipo "sessão de leitura do Clube do Conto da Paraíba, aqui e agora. Entre!"; que faríamos contato com o gerente Marcelo Krau neste sentido; que o aviso de "fechado" que a funcionária tem colado na porta de vidro pode fazer com que muitos visitantes passem ao longe concluindo que não há ninguém ali; que o projeto do Clube do Conto é muito valioso e precisa do entusiasmo de todos nós; que fica mantido o tema do conto a partir da tela "Trigal com corvos", de Van Gogh para o próximo sábado. Nada mais tendo a ser feito ali, demos por cancelada a sessão leitura e agradecemos a colaboração da funcionária, indo os dois contumazes escritores tomar algumas cervejas numa barraquinha da Praça da Paz.
domingo, 10 de agosto de 2008
Clube do Conto - Clube do Coco
Sessão do Clube do Conto agitada, mesmo com grandes ausências. Membros em trânsito ou em compromissos inadiáveis. Por sorte, o Clube é um organismo espalhado e sempre, salvo exceções, garantiu o caráter ininterrupto dos encontros. E além do prazer desta constatação, o imprevisto gostoso de termos novos rostos nas mesas brancas da biblioteca da praça da paz. Roberta Vanessa, que visitou semanas atrás, e que está aos poucos integrando as reuniões, e agora, a curiosa e espevitada atriz e estudante de publicidade Roseane, que junto com Cartaxo, Dôra, Beto e eu, além dos queridos amigos que nos recebem na biblioteca, garantimos mais um sábado de produtividade crítica e contística. Relatos de Dôra, Beto, e Ronaldo Monte (que eu li com receio, por ser personagem do conto) fizeram a graça do encontro. Ainda tivemos espaço para comentários sobre o conto e a escolha do tema: Pressa. E para fechar o ciclo, nada de pressa ao tomar nossas águas de coco. Contista também tem sede.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Encontro com Rosa Amanda
APRESENTAÇÃO
Confesso que tenho certo melindre em apresentar escritores que por si só já valem uma apresentação pelo simples fato de a) marcar presença e b) a sua obra que, com cem perninhas, já andou à frente do autor encantando leitores. Além do mais, o Clube do Conto, como anti-instituição, já garantiu certos hábitos, a saber, o de uma improvisada e deliciosa anarquia em que histórias e leitores falam o que quiserem, às vezes, entrelaçadamente. É esta prática que me deixa menos cauteloso para apresentar a presente convidada, a escritora Rosa Amanda Strausz a mais um de nossos encontros com o autor, para uma tarde de conversa fiada que bem pode seguir o fio de Ariadne ou deixar que o labirinto do momento tome conta da ocasião.
E por falar em Clube do Conto, e sendo a autora uma exímia contista, além de ter passeado com desenvoltura na literatura infantil e até na biografia, nada melhor que exemplificar com esse valor de troca (no caso do conto curto, moedinha da sorte) e passar adiante. Talvez assim clareie e nos dê motivos suficiente para novas indagações sobre o ato de escrever, ou, o que quer que a imagem suscite, abrir janelas de par em par ou portais para mundos paralelos.
Por exemplo, o conto Água, do livro Mínimo Múltiplo Comum:
Enchia a parte superior do filtro de barro e ficava escutando o gotejar. Sempre se emocionava com o modo simples como se destila a água que encharca um jarro, feito de terra para sempre estéril.
Aqui, o leitor se depara com um processo, uma finalidade, um desafio à adversidade. Posso imaginar que o conto também fale da busca por uma expressão mais refinada, porque não? Para tanto, o material é simples, mas exige um esforço, uma técnica até rudimentar, mas o resultado final “encharca” a “terra para sempre estéril”: mata-nos a sede.
É a rotina de Sísifo do escritor, esse gotejar que se escuta, ora com nervos à flor da pele, ora com delícia. É a outra vida nossa, que comporta asas. Assim está no conto Rotina, do mesmo livro:
Venceu dragões e gritou que seleção natural é o cacete. Passeou em labirintos, foi coroado, abdicou no dia seguinte, ergueu catedrais, compôs hinos, descobriu vacinas, doou fortunas, inventou a cera que não derrete, voou até o sol, apertou o botão vermelho, riu da explosão, xingou o papa, beijou a Moira, foi pra casa, tomou banho e correu para bater o cartão de ponto.
Aqui nesta peça não é o tema da vida que poderia ter sido e não foi, mas a vida que acumula, com perdas e ganhos, as duas realidades do escritor, e a fatura disso é o embate que produz, com baixas ou condecorações, o resultado da partida vida x imaginação. Uma rotina que abarque o cartão de ponto e a folga lírica, a jaula e o seu arrombamento, o silêncio e o grito.
Rosa Amanda Strausz, que convive de perto, no eixo ou fora dele, é um exemplo que ela mesma cita e também mistura: pode trabalhar como cigarra, pode cantar como formiga. Afinal, em literatura e na própria vida, a fábula admite também o seu contrário.
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