Ata referente ao dia 12 de março de 2011.
Pode-se dizer que um clube é um clube por diversos fatores: ou as pessoas se reunem em determinado lugar ou os lugares, todos, se reunem em determinadas pessoas. Isto significa que o tempo que passamos nos reunindo em torno de uma mesa ou na ausência de uma mesa, de um vazio, é o mesmo tempo que passamos lendo uns aos outros, ou divididos entre o tempo de leitura e o de não-leitura, e que no meio do recheio, digamos, oratório, nos perdemos entre balbucios, hesitações, gaguejos e, o mais importante, de que sabemos o que estamos lendo – mesmo que a natureza do local contradiga. E isto é o Clube do Conto.
Não sei dizer qual é a de Romarta quando chega de mariposa em busca da luz, mas sem conto. Ou quando Norma sai da Norma e escreve seu melhor texto em sábados. Ou quando Beto, embora sabendo que é o clube do Conto, lê o seu Romance – mas diga-se de passagem, muito bem escrito – ou quando Eli, também na onda de Romarta mais ouve que lê, a exemplo de Laudelino, que trocou o conto pela setor de relações públicas do clube, embora negue maquiavelicamente seus contos. Também Raonix, figura e criador de contos em série com pegada imaginativa ou Cartaxo, que é uma penca de muita coisa, até latifundiário de paraíso – e mais um convidado, Joedson, poeta-épico-condoreiro-homérico. Ou, para os irreconhecíveis atrasos, uma Maria Valéria, que só chegou porque chegou por conta dos seus afazeres diplomáticos. O mais é se conformar que o Clube também se faz de ausências, mas mui queridas.
Além da leitura dos contos, poucos, discutimos o planejamento da antologia, coletânea ou outro nome engraçadinho para ser publicado, além da escolha, meio de fininho, do tema: Bruxas. Afora isso, o Clube estabelece novamente o seu domínio na comarca do shopping sul com zelo e cara-de-pau até segundas ordens. No mais é e continua sendo o que sempre foi. Eis a ata.
André Ricardo Aguiar
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