Há grandes necessidades de contar com o silêncio, ainda que seja uma tessitura breve, entremeada de ruídos que o valorizam em suas lacunas. Do Clube do Conto, uma arena múltipla onde histórias e intervenções tomam gosto, tudo pode acontecer, dentro e fora do alcance das possibilidades e da variegada fauna de seres que, ensimesmados em suas vidas e estilos, dão a cara à tapa e sentam suas nádegas nas cadeiras informais dos mais esquisitos e empoeirados cantos. Afora esta quase barroca introdução, calcada num sentido de urgência, o encontro de sábado também foi uma via crucis, com narrações ao alto e um cristo de praça a pontuar seus mistérios e milagres. Nossa religião também tem seus mistérios. E um deles é se perguntar porque estamos onde estamos. Voltaremos à nossa origem?
Os contos foram lidos, os contistas foram polidos, os temas ficaram livres. Ronaldo apresentou o seu tipo de fim nostálgico, Beto Menezes brincou com as possibilidades lúdicas de um jogo virtual, Valéria emulou o gótico com amantes e mensagens cifradas, e tudo movido à nostalgia do café ausente, considerações sobre o mercado editorial e comentários sobre um certo nobel. No mais, Barreto, Brendan, André 1 e 2, Eleonora, Raoni, Cláudio e os fantasmas da associação cumpriram mais um ritual anárquico de relativo sucesso. Venham outros sábados, de preferência, com sua cota de café e silêncio.
domingo, 16 de março de 2008
terça-feira, 4 de março de 2008
Ata Apocalíptica
E eu vi: Quando abriu o sexto selo, sobreveio um violento terremoto. O sol ficou preto como um pano de crina, e a lua toda como sangue. As estrelas do céu caíram sobre a terra, como frutos verdes de figueira sacudida pela tempestade. O céu recolheu-se como um livro que se enrola e todas as montanhas e as ilhas foram abaladas.(Apocalipse 6,9-17)
Pegar a mesa, distribuir cadeiras, ver a iluminação, dominar o rebordo da praça. E tudo isso como a boa e velha necessidade de puxar papel dos bolsos, malotes, sacolas e ler contos, sejam os inéditos, sejam os requentados, os editados, os remanejados. Sábado, mais um entre tantos, tivemos a presença de Mariano, Brendan, Dora, Raoni, Eleonora, André, Beto Menezes. Menos discussão e mais afeito ao que tínhamos à mão, decidimos pelo tema sugerido por Beto, que passou de um localizado “2012” até a abrangência do termo “Fim do Mundo”, significando o que quiser significar, desde aquela série de eventos que culminarão em catástrofes, epidemias, quebra do status quo, até um singelo lugar perdido no nada que também possa significar, mais do que um apocalíptico desfecho, um fim de mundo.
Se a ata chegar a ser lida antes da hecatombe, digam que amo aos meus e que deixo os meus contos ao sabor daquele oásis radioativo que ficou ali, encolhido, enquanto o deserto se agigantava em suas areias.
Fim.
Pegar a mesa, distribuir cadeiras, ver a iluminação, dominar o rebordo da praça. E tudo isso como a boa e velha necessidade de puxar papel dos bolsos, malotes, sacolas e ler contos, sejam os inéditos, sejam os requentados, os editados, os remanejados. Sábado, mais um entre tantos, tivemos a presença de Mariano, Brendan, Dora, Raoni, Eleonora, André, Beto Menezes. Menos discussão e mais afeito ao que tínhamos à mão, decidimos pelo tema sugerido por Beto, que passou de um localizado “2012” até a abrangência do termo “Fim do Mundo”, significando o que quiser significar, desde aquela série de eventos que culminarão em catástrofes, epidemias, quebra do status quo, até um singelo lugar perdido no nada que também possa significar, mais do que um apocalíptico desfecho, um fim de mundo.
Se a ata chegar a ser lida antes da hecatombe, digam que amo aos meus e que deixo os meus contos ao sabor daquele oásis radioativo que ficou ali, encolhido, enquanto o deserto se agigantava em suas areias.
Fim.
Assinar:
Postagens (Atom)