Voltei ao Clube, havia um tempo que eu não dava as caras. A reunião foi curta, quase não acontecia. Eu e André Ricardo, antes de a gente chegar lá, conversamos sobre nossa história no Clube. Ano que vem o grupo fará dez anos, e é inevitável esses momentos de lembranças. Após uma tigela de açaí e outra de cupuaçu, fomos nos encontrar, lá no café do primeiro andar, com Regina Behar e sua amiga, a senhorita Susan Bello. Como, com dois ou três reunidos, teremos sempre reunião, subimos ao nosso esconderijo, nos fundos silenciosos do Shopping Sul. Ciganos sempre, no momento estamos aqui. As moças sentaram em um banco roubado, eu e André, que ainda achamos que podemos espichar, permanecemos em pé. Norma chegou e completou o último vazio do banco. Dezoito horas e cinco minutos, pontualmente, nossa reunião começou. Puxei uma crônica trasvestida de conto sobre tanajura, velha porém nova nessa roda de leitura. André leu uma crônica sobre o café, um punhado de pó, de grãos que se pode cheirar, lamber e mascar. Norma apresentou Nero numa apresentação bem apresentada. Então, olha que legal!, três contos e cinco participantes, alto índice per capita; e a gente pensava que nem ia ter reunião. Três temas propostos pra semana que vem: cuspe, autoritarismo, canção. Ganhou canção, apesar de protesto da oposição. Conspiramos sobre os próximos passos para o Clube do Conto dominar o mundo, as decisões ficaram para a semana que vem, ou pra outra, ou pra outra. Não quero entregar assim, de bandeja, os segredos, mas protelar talvez seja o segredo de nossa tão longa existência. Semana que vem também discutiremos se é isso mesmo.
Roberto Menezes
Algumas fotos ilustrando a reunião.
André e Roberto |
Regina, Norma e Susan |