terça-feira, 4 de abril de 2006

Ata de Primeiro de Abril

Uma pequena ata é uma peça de memória onde se registram as atividades, brincadeiras, intrigas e broncas de um sábado de histórias. Ah, claro, existem os contos. Eles são respirados, tratados a pão-de-ló, ambicionados, domados ou não. E existem, por coincidência, os... contistas. Gente estranha, festa esquisita, como dizia uma letra. Tomemos um exemplo real. No sábado anterior, quem estava lá? João e Valéria, Barreto e Dora, Ronaldo e Marília, Mariano e Laudelino, Regina e Raoni e também o André. Para um desavisado ou desarvorado, pegar a turma no flagrante de uma infinidade caótica de contos aos pedaços, em parágrafos, a espera de ordem e progresso, sei não viu... É uma dinâmica que além de complexa, não deixa de ser divertida. Os contos estão no X da questão, afinados e coerentes. Um primor de coletividade. Rolou uma tabela de controle com contistas e parágrafos, através de etapas e rodízio. E a proposta deste blog, que vai bem, obrigado. Em paralelo, seguem os temas normais: contos com provérbios e para o próximo sábado, contos sobre mentira. Mas esta ata jura de pé junto que o referido é verdade...e dou fé.

segunda-feira, 3 de abril de 2006

Deu no Globo!




Todos os sábados, em meio a xícaras de cafés, cinzeiros, pedaços de bolos e folhas de papel espalhadas sobre a mesa, eles se reúnem no shopping, num cantinho onde muitas histórias são contadas e ouvidas.Ao entardecer, começa o encontro, com leitura em voz alta dos textos. Um tema é previamente proposto para o debate literário, mas, na hora, o improviso é o convidado. Assim, quem passa pelo local vê o Clube do Conto em plena atividade. O grupo resulta da “vontade de estar junto e de fazer literatura”, diz Maria Valéria Rezende, autora de “O vôo da guará vermelha”e integrante deste ritual que se realiza em João Pessoa desde 2004. Tudo começou pela internet. O poeta paraibano Antonio Mariano Lima formou uma corrente literária. Um convidado chamava outro, e logo a lista de discussão cresceu. Gente disposta a trocar e-mails, idéias e contos. A efervescência gerou a vontade de transformar aqueles papos em encontros reais.A gênese do clube demonstra o caráter descontraído do grupo e o empenho dos participantes. Os escritores já organizaram duas antologias de contistas paraibanos e publicaram quatro folhetos, as chamadas “Atas do clube do conto”. E fervem os projetos futuros, como lançamentos, cooperativa e oficinas populares. Mas não é preciso ser escritor para participar do grupo. Afinal, é um clube do conto, e não de contistas.— O clube não tem líder, nem mestre, nem estatuto ou regimento, nem pauta —diz Maria Valéria. (Cristina Zarur)